quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

XVI - A Torre

Esta carta é também chamada de Casa de Deus em algumas edições.
Uma torre está localizada num terreno montanhoso, tem três janelas azuis. Uma das janelas está localizada  num andar superior às outras e é maior. Não se vê a entrada  em algumas edições da carta.
Um raio multicolorido provém de um sol e arremete-se contra a torre retirando o seu topo que se assemelha a uma coroa. O topo apresenta quatro ameias. A torre deixa de ter a sua realeza. Perde o que lhe é passado. O caminho é voltado para o presente, mas há que largar os antigos problemas, a coroa dos primeiros arcanos.
Junto ao chão existem duas figuras humanas em postura de queda. O homem que se encontra à frente cai para baixo na direção da esquerda, o que está atrás, na direção da esquerda. Em algumas edições existem pedras a cair na direção destes homens colocando a sua vida em risco. A carta simboliza este mesmo risco que a pessoa toma para continuar o caminho. Não é mais guiada pela motivação inicial que era fogosa no início, o iniciado já foi processado alquimicamente por vários processos de purificação e está mais próximo o seu poder maior.
No céu existem várias bolas de cor azul, vermelha e verde. Um cenário caótico até mesmo no firmamento. A terra, o fogo e a água misturam-se de modo diverso no elemento do ar.
O terreno amarelo tem seis plantas verdes bem desenvolvidas.
Na frente da carta aparecem duas manchas que o seu significado não está esclarecido, podendo ser pedras.

A Torre. Tarot Belga.
Em termos mentais a carta é um aviso do que pode vir em continuar com as ideias fixas que se tem vivido até então. A carta obriga a um rompimento, a um rompimento com forças que aprisionam a maneira de pensar até então. Tem de se evoluir, de progredir, de desenvolver as capacidades para que os ensinamentos da carta anterior possam ser exibidos no seu pleno poder. Depois da destruição do ego, há que libertar-se do efeitos dos outros, do ambiente que nos rodeia.
No campo afectivo existe uma situação delicada. Se por um lado existe um domínio sobre os outros, por outro esse domínio é déspota, é um domínio sem emoções e vazio. O perigo de uma rejeição afetiva é grande. A pessoa em causa continua um caminho cada vez mais solitário e chega mesmo ao ponto de se tornar anti-social, ainda que, se quisesse, pudesse ter toda a admiração.
Para o campo físico existe uma desconfiança em termos de projectos em mãos que podem mesmo ditar o seu fim. O campo físico é relegado para segundo plano pois a carta consome imendo a pessoa em causa. Os projectos são abortados seja por culpa própria seja por ver pessoas que falharam nos seus e não haver coragem em tentar a sorte própria. Pela saúde existe uma possibilidade de doença que espreita a todo o momento causadora de grandes maleitas, assim como em caso de doença, uma vez que a carta simboliza também a libertação, pode-se dar o caso de uma recuperação depois de um período prolongado de luta.
Se a carta estiver virada dá-se uma confusão completa. Uma catástrofe causada por ações imprudentes, escândalo e hipocrisias postos a descoberto. Abusos. Presunção e orgulho.

A Torre. Tarot de Crowley.
Diz Crowley sobre esta carta poder-se também chamar de A Guerra. É atribuída à letra Pe que significa boca. Está também associada ao planeta Marte, que corresponde à manifestação da energia cósmica na sua forma mais grosseira.
A figura mostra a destruição causada pelo fogo que é o elemento da carta. A destruição do velho Aeon para que possa vir o novo com o arcano XX. No fundo da carta vê-se esta consumação pelo fogo, assimm como engenhos de guerra.
No canto direito vê-se as mandíbulas de Dis vomitando chamas na base da torre.
Figuras quebradiças caem da estrutura; note-se que perderam a forma humana e se tornaram formas geométricas, como voltando a uma estrutura conceptual. O corpo humano perde o seu sentido.
O olho de Hórus ou de Shiva aparece na carta como o elemento destruidor do universo. É necessára a destruição para que tudo se possa soltar.
Vê-se também uma pomba levando um ramo de oliveira. A pomba enviada por Noé e que trás a esperança de terra para se refazer o mundo. Aparece também a serpente como serpente-leão. Estes dois animais simbolizam o desejo simultâneo de viver e de morrer.

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