segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

VII - O Carro ou A Carruagem

Depois de um tempo de pausa, volto para mais uma série de cartas. Desta vez o Tarot começa a largar a materialidade e a tornar-se cada vez mais espiritual. Este avançar no caminho é marcado pela carta O Carro.
Dois cavalos puxam uma espécie de carruagem onde se encontra um homem com uma coroa na cabeça e com um cetro na mão direita.
Na parte da frente do carro um escudo com letras que podem variar conforme a edição de cartas.
Os dois cavalos presentes na carta, mais que estarem colocados adiante do carro, parecem fazer parte dele, ou mesmo serem como que cavalos siameses. Ambos os animais olham para a esquerda da carta apesar de cada um parecer seguir numa direção diferente. Cada um dos cavalos levanta uma das pernas. O cavalo da direita levanta a sua pata esquerda. O da esquerda levanta a direita.
Acima do carro erguem-se quatro colunas com um véu descoberto por cima delas. Símbolo de que a pessoa está a ser revelada. já não tem medo.
O homem do carro tem à cintura um cinto de cor amarela, símbolo do caminho espiritual que está a tomar.
O cetro que ele tem na mão termina num globo com um cone por cima. A cobrir o corpo dele existe uma armadura e tem um colar branco em forma de lua a protegê-lo. A figura está protegida para ir à luta. Tem a determinação para avançar, perdeu o medo.
No solo cinco plantas aparecem com várias folhas. O solo apresenta-se mais produtivo.

Tarot Express por FragOcon
A nível mental esta carta indica uma vitória, um triunfo, mas não a conclusão das coisas. É preciso ver completamente o conjunto porque as cortinas que bloqueiam a vista ainda não permitem ver tudo, é preciso que desapareçam. Existe uma coonquista pelo facto de se conseguir dirigir forças convergentes. Agora é preciso levar as nossas dúvidas e cautelas a bom fim. Esse será um desafio próximo.
No plano emocional a carta indica uma afectação às pessoas com quem se lida, ou mesmo um sentimento de protectorado, mais que um sentimento de amor ou de ligação emotiva. Existe uma construção mais complexa de sentimentos que na carta anterior em que as personagens eram levadas por paixões e compromissos.
Em termos físicos em O Carro temos uma grande atividade e rapidez nas ações. Um sentimento que se pode confundir com superioridade por ter a capacidade de lidar com várias questões conflituosas. Tato para a diplomacia e capacidade de lidar questões importantes na gestão de uma empresa. Pode indicar também uma grande mobilização de fundos, tanto para ganhos como gastos. Na saúde existe uma recuperação rápida do bom estado de saúde. Um ganho de energia grande, uma lufada de ar fresco.
Quando a carta se encontra virada ao contrário, indica que a pessoa tem ambições injustificadas, sentimento de megalomania que podem levar as coisas a um camminho incerto e de perdas certa. Pode indicar uma falta de talento para a tarefa que está a desempenhar por não saber como lidar com os cavalos desgovernados. Indica uma usurpação de poder, um conseguir as coisas a todo o custo, mesmo que à custa de espezinhar pessoas. Pode indicar para um trabalhador a falta de energia e um cansaço constante. Recomenda-se descanso.

O Carro. Tarot de Crowley.
Segundo Crowley a carta é ligada ao signo Caranguejo. Associado à primeira manifestação cardeal do elemento água.
A carta é o Hierofante que vem do outro lado da Árvore da Vida trazendo o fogo para a humanidade como Prometeu o fez. O dossel da carruagel é influenciado pelo azul do céu nocturno de Binah. A escuridão que envolve a figura que traz a luz.
O Carro é puxado por quatro esfinges que representam os 4 Kerubs: o touro, a águia, o leão e o homem.
O auriga tem uma armadura cor de ambar, apropriada ao signo da cartela e conduz o sistema de maneira equilibrada. A sua função é levar o Cálice Sagrado, o facho de fogo. Ele tem a viseira do elmo baixada porque nenhum homem poder ver o seu rosto e viver.
A cor do cálide é ametista, símbolo de Júpiter, pois Júpiter é exaltado em Caranguejo, assim como a cor lembra de novo o mar de Binah e a forma lembra a Lua Cheia, planeta regente do signo Caranguejo.
No fundo do cálice está o Sangue Real, o sangue que ilumina a humanidade e de onde brotam os raios que iluminam toda a figura.
A carta é essencialmente uma ferramenta de equilíbrio e de vinda de energia vital para a meditação e trabalho no dia-a-dia.

Sem comentários:

Enviar um comentário