quinta-feira, 28 de novembro de 2013

IIII - O Imperador

Um homem sentado no seu trono virado para o lado esquerdo. O próprio trono aparece de perfil. As pernas estão cruzadas fazendo um 4. A sua mão direita segura um ceptro com um globo e cruz e a mão direita segura no seu cinto de cor amarela.
No chão em primeiro plano aparece um escudo com uma águia amarela virada para a esquerda enquanto que na Imperatriz a águia olhava para o lado direito. Os dois escudos são semelhantes mas não iguais, pode dizer-se serem complementares.
Ao pescoço o homem leva uma corrente cujo medalhão sobre o peito é de cor verde.
A coroa deste rei é um pouco invulgar porque se prolonga para a nuca mas deixa a descoberto os cabelos brancos da personagem.
O trono está colocado sob um terreno árido, tal como acontecia com O Mago, mas não acontecia com A Imperatriz (que era um terreno cultivado).
A carta simboliza o masculino, tal como A Imperatriz simboliza o feminino. Simboliza o Pai, a protecção paternal, o vigor. Simboliza o portal, a iniciação, o Fogo Primordial a unir-se  à Água Primordial para gerar o Ar. Representa o tetragrama, a pedfra cúbica ou a sua base, a pedra angular de uma construção.
Também indica firmeza, consistência, influência de Saturno e de Marte, concretização, habilidades práticas, ordem, estabilidade, prestígio.

Tarot Sola Brusca. IIII - Mário
No plano mental esta carta vem no seguimento das anteriores. Para a realização de projectos, a inteligência manifestada aqui é muito mais equilibrada. Não exclui os conhecimentos práticos, mas a abrangência do problema é visto no seu todo e com todas as suas implicâncias. A carta é mais de acção que intelectual. Em A Imperatriz existia uma grande criatividade que não é manifestada neste ponto. O que se pretende é um resultado e não a forma mais original de realizar essa acção.
Em termos emocionais a carta é algo pobre. Não indica que existam conflitos, muito pelo contrário, existe um apaziguamento de tudo o que são emoções à flor da pele. Não resolve os problemas emocionais que se tenha, mas seguramente que carrega consigo uma paz para poder respirar. Mais  fazer que pensar é o que a carta quer dizer-nos. É uma das cartas mais activas assim como a carta de O Carro, mas que neste caso implica mais uma acção de escritório, uma decisão a ser tomada com cabeça tronco e membros e a sua concretização.
Se olharmos para o plano físico, tal como acontecia na carta anterior, existe sucesso em termos materiais. O Imperador é um nobre que detem o poder sobre os inimigos e consegue as alianças que precisa para prosperar com maior riqueza e domínio. No entanto a carta lembra que este poder é transitório e que não é um poder completo que apenas se atinge na plenitude da viagem pelo Tarot. As duas cartas da realeza ensinam-nos de formas diferentes a viver de uma maneira diferente do modo de vida de O Louco ou do modo de vida itenerante de O Mago que anda de cidade em cidade a apresentar os seus truques. Aqui aprende-se a viver com tudo o que se tem deste mundo e que terá de ser sublimado pelos próximos desafios. Na saúde, a carta indica uma saúde equilibrada mas que exige ser vigiada.
Caso a carta esteja invertida, pode-se dizer que O Imperador indica situações que não ocorrem conforme o esperado, que escapa o seu poder das mãos. Indica hostilidades, conflitos, por vezes agressivos, pode indicar perda de saúde. Indica grande teimosia e obstinação, possibilidade de estar bem enganado e poder mesmo entrar num processo de auto-destruição. É também a representação de todos os tiranos.

O Imperador. Tarot de Crowley.
A carta é fortemente associada ao signo Carneiro como se pode ver pelas várias cabeças do mesmo a aparecerem, inclusivamente como parte do trono onde está sentada a dignidade imperial com vestes a condizer.
A seus pés encontra-se um cordeiro domesticado com o estandarte, símbolo de um outro carneiro diferente dos Carneiros dos Himalaias do trono que são solitários, corajosos e selvagens. Quando domesticados são suculentos, gregários e covardes. Tal é também a teoria daqueles que governam o mundo.
A carta representa o Enxofre alquímico uma  vez que tem a parte superior do corpo em forma de triângulo e a inferior a formar uma cruz com as pernas cruzadas. É a energia bruta masculina do Universo.
É a generalização do poder paterno daí as flores-de-lis no chão e as abelhas no peito.
É também de notar que este poder é ígneo, violento, pronto a explodir e que se for aguentado muito tempo irá derrubar tudo à sua volta, como se pode ver na carta A Torre.
A mão direita tem um ceptro com um carneiro. A mão esquerda um globo com a cruz de Malta, simbolo de um governo que foi fimado e confirmado nas suas mãos.
No chão aparece uma águia bicéfala de cor amarela que é a correspondente sanguínea da bicéfala de A Imperatriz que é prateada.
Por último, notar que uma luz branca surge a iluminar a personagem. O lugar de onde provém esta luz na Árvore da vida é de Chokmah, a sabedoria criativa.

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