sábado, 16 de novembro de 2013

Comprar um baralho de Tarot

Algumas cartas do Tarot de Rider-Wait
O processo de compra de um baralho pode gerar algumas confusões. É por vezes dito que não é o comprador que escolhe o baralho, mas o baralho que escolhe a pessoa. Também se diz que o primeiro baralho deve ser "dado" em vez de o comprares. Este é visto como um baralho que te abre a porta a um mundo e que te deve ser entregue por alguém que já terá algum conhecimento e possas usar como mestre.
Não vou discutir muito acerca do primeiro baralho e do processo de como deve ser comprado. Cada um deve sentir que entra em contacto com o baralho e da primeira vez que o usar, aí sim, é importante criar uma ligação.
Não acho que seja de todo errado uma pessoa começar com um Tarot vulgar, ou mesmo cópias de um baralho comum para se familiarizar com as cartas, desde que não as utilize para trabalhos energéticos, mas apenas como uma forma de tomar conhecimento, de contemplar nas cartas a sua própria vida. É, a meu ver, uma forma didática de se compreender o significado de vários simbolos das lâminas do Tarot.
Neste sentido, não vejam como algo mau trabalhares com um baralho cortado por vocês mesmos. Façam um começo de ligação ao Tarot prévio à aquisição de um Tarot.
Outro desafio que posso fazer é pedirem a alguém experiente para vos lançar as cartas para o ano e tomarem nota das diferentes cartas. Ao longo dos doze meses, vão observando a vossa vida ao espelho do sentido das lâminas que o lançador vos tirou.
Os exercícios acima descritos podem parecer brincadeiras de criança, mas a meu ver, as brincadeiras de criança é que ensinam verdadeiramente tudo o que há a saber no mundo da magia. Veja-se por exemplo, "O Aprendiz de Feiticeiro", o como ele aprendeu que o utilizar a magia para benefício próprio traz as suas consequências.

Chegamos ao ponto que se quer comprar um Tarot para deixarmos então de trabalhar com estas cartas de crianças. sentimos que merecemos esse baralho. Se o baralhos nos escolhe, ou nós a ele, se nos é oferecido ou o compramos, penso que não é o fundamental. E mesmo que compres um baralho por ti mesmo, podes sempre ter em conta que o teu corpo material o compra para oferecer ao corpo espiritual.

Qual o melhor baralho para começar?
Esta é uma questão complicada de responder. Em primeiro lugar porque a mesma implica uma definição de quais os baralhos mais acessíveis em termos de significado que outros. Pessoalmente eu considero que baralhos como o Tarot de Rider-Waite ou de Marselha são os mais comuns de usar e talvez dos que existe maior informação em livros, o que os torma melhores para primeiras leituras acompanhadas por manuais.
Pessoalmente não trabalhei muito com eles, mas ainda assim, devo dizer que a minha sensação é que o baralho de Marselha é melhor para haver uma familiarização com os Arcanos Mariores (as cartas que não existem nos baralhos de cartas normais). Quando se quer passar a trabalhar com os Arcanos Menores, o que acontece é que não existe nenhuma distinção entre um dois de paus e um três de paus. Torna-se mais complicado. Existem alguns defensores de que se dese ir pelo caminho mais complicado, pois o sentido das cartas vai chegar por eles mesmo. Fica ao critério de cada um.
Em alguns fóruns e blogs vi indicações de que o Tarot de Rider-Waite não é o melhor com que fazer trabalhos, verdadeiros trabalhos. É bom para fazer algumas leituras, mas quando se querem trabalhos de uma esfera um pouco maior, mais virados para meditação ou para a magia, tal não é possível.
De todo o modo, nenhum Tarot tem valor próprio sem uma verdadeira  ligação pessoal com o lançador de cartas. O dono do baralho é como O Mago que aparece como o Arcano I do baralho.
Além desta ligação energética, o próprio  desenho das cartas é importante. Alguém que pretenda lançar cartas e aprecie pintura realista, do renascimento, dificilmente consegue iteragir com um baralho como o Tarot de Salvador Dali. Ou se a pessoa em questão é lésbica ou gay, não terá uma ligação com um baralho do estilo erótico heterossexual. As variedades de desenhos são mais que muitas e existem para todos os gostos.
Da minha experiência pessoal, o primeiro Tarot que comecei a lançar foi o de Rider-Waite mas comecei a sentir-me um pouco desconectado do baralho quando procurei meditar com as cartas. Elas eram demasiado rígidas, não se dobravam a uma experiência comigo. Foi então o fim da sua utilização. Peguei em seguida no Tarot Dali. Que foi optimo na minha experiência para me abrir mais os horizontes, mas confesso que comecei a sentir que ele me estava a puxar para um caminho de loucura. As interpretações por vezes saíam-me um pouco díspares e eu não sabia por onde ir. Talvez fosse também parte da minha procura. Não o considero de todo o um mau baralho, confesso que me ensinou bastante. Ainda o Baralho Negro, mas não senti qualquer ligação com ele. Sentia as cartas frias, distantes e contendo energias que eu não queria trabalhar. Há vários anos que tenho usado o Tarot de Crowley ou Tarot de Toth que é considerado um "tarot básico" por alguns, mas que devo confessar que de básico ele não me tem nada.
Também recomendo que se vão comprar um Tarot, prefiram um que traga um pequeno guia consigo. Desta maneira podem ter um mordomo a abrir-vos a porta às coisas.

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