quarta-feira, 27 de novembro de 2013

III - A Imperatriz

A segunda figura feninina que aparece é uma soberana sentada num trono que tem na mão direita um escudo com uma águia e na mão direita um cetro com um globo com cruz em cima.
A figura olha para a frente e veste uma túnica azul com uma sobre-túnica vermelha. A figura não oculta tanto do seu corpo como A Papisa. É uma figura mais maternal que a anterior, mais emotiva. Os próprios cabelos loiros estão caídos sobre os ombros, símbolo de uma mulher que já foi mãe.
O cinto não é de cor amarela, mas de cor azul, símbolo da fidelidade.
A carta representa a geração dos três mundos. É o princípio da materialização do caminho, a fecundidade. A figura é o desafio às próprias leis da Natureza. É a própria Natureza. A Grande Mãe, a Gã-Obra.
Esta carta está implicada com um maior criatividade que surge não de forma quase descontrolada como em O Mago. Tem o conhecimento intuitico trazido por A Papisa. Tem a vontade trazida por O Louco. Tudo o que ela governa prospera. A figura de uma Imperatriz é rodeada por pessoas que ajudam a concretizar os planos em mente. Os planos são cautelosos, originais. Mas ainda há vários desafios a ultrapassar que a Imperatriz coloca conflitos de ideias que podem tornar-se bastante acesas. A força das ideias domina, mas o mundo não é só feito de ideias.
A figura, como figura de realeza que é, indica riqueza. Uma riqueza essencialmente material ou de recursos. Indica ter-se tudo à mão, basta colocar as mãos ao trabalho.

A Imperatriz. Tarot Decameron.
Em termos mentais, a carta indica que existe uma penetração na matéria por meio de conhecimentos práticos. Não se trata apenas de um registo secreto para ser usado mais tarde como na Papisa, mas uma solidez  maior e a realização de problemas de maior complexidade que os problemas directos resolvidos no Arcano Anterior.
Ao nível emocional a carta tem uma grande fecundidade. Acolhe toda a gente e consegue mesmo "penetrar" na mente ou no ser das outras pessoas. É uma pessoa em quem se pode confiar a vida para o futuro porque pode ajudar a pessoa com a riqueza que possui e as suas valências, precisa é de alguém que ajude a sua criatividade a florir.
No plano físico a carta indica que existe uma esperança nos planos que se estão para concretizar. Os negócios estão em bom caminho e a saúde indica estar em equilíbrio. Neste plano não há que ter grandes preocupações.
Quando a carta está desvirada verifica-se o lado ruim desta rainha. A sua vaidade vem ao de cima, discussões acesas em vários níveis, um deixar-se levar pelas pessoas que a rodeiam como sendo boas influências porque esta rainha acha que tudo o que conseguiu lhe é assegurado e que as suas posses lhe permitem resolver todos os problemas. A carta pode indicar uma situação estrema em termos materiais: mendicidade ou futilidade nos gastos. Uma tentativa de viver como um novo rico, falta de  assentamento de que o que possui não lhe é garantido, mas lhe é oferecido. Mais tarde terá de o devolver.

A Imperatriz. Tarot de Crowley.
Segundo Crowley a carta sobre a influência do planeta Vénus e é o complemento da carta segunte (O Imperador). É a deusa de muitos tronos, Afrodite, que assenta no Amor, o maior trono do Universo, do qual tudo é gerado.
Ela é uma figura coroada sentada num trono do qual sai a sua longa saia verde. Atrás de si tem duas colunas encurvadas símbolo do nascimento pelo elemento fluíd, símbolo do cordão umbilical. Na mão direita tem uma flor de lótus (símbolo da feninidade passiva). Duas aves surgem atrás: uma pomba e um pardal.
Na cintura ela usa o círculo do Zodíaco e no manto se acham abelhas.
Na base do trono aparecem flores de lis e peixes como símbolo de realeza e abundância. Aparece também um pelicano a dar de comer aos filhos pelo seu coração, pelo que lhe vem das entranhas. Aparece outra ave que é a águia branca alquímica no escudo.

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