sábado, 30 de novembro de 2013

VI - Os Amantes

A carta é também chamada de Os Enamorados, os Namorados.
Um homem é cercado por duas mulheres e é atingiro pela flecha de um Cupido que está em cima.
O homem no centro olha para a mulher da esquerda. Tem uma túnica de cor verde e vermelha e as pernas descobertas. O seu cinto é amarelo.
A mulher da direita tem uma das mãos colocadas sobre o peito do jovem do centro enquanto a outra tem a mão a apontar para baixo. Tem consigo um manto de cor azul e flores na cabeça.
A outra mulher está de costas com o rosto de perfil. A mão esquerda está pousada sobre o ombro do jovem do meio enquanto a outra mão aponta para a terra. Na cabeça tem um chapéu invulgar.
O Cupido está colocado sobre um astro solar que tem 24 raios. O arco que segura nas mãos está pronto a ser disparado.
O terreno da carta é um terreno sem nada mas arado.
Esta é a carta dos sentimentos, dos compromissos, das uniões. A carta do livre arbítrio e das escolhas a serem feitas. O jovem terá de se decidir por qual das duas mulheres se decidirá, se a que lhe aponta para o coração, se a que lhe toca no ombro. Tudo é posto em causa como forma de provação. Além dos compromissos a serem tomados, uma vez que o jovem tem duas mulheres a cercarem-no, pode der também um símbolo de traição. Resta-nos despirmos de nós mesmos e enfrentar o desafio. O compromisso com uma delas terá de ser tomado e as conssequências que daí virão serão próprias da escolha feita.
Os Amantes. Tarot Gótico de Vargo.
No plano mental a carta indica uma inclinação pelas belas formas e artes plásticas. A carta indica que a pessoa se deixa levar pelas  suas paixões e a sua capacidade mental pode ser deixada para segundo plano. O sentimento influencia o seu gosto pessoal, mais que uma análise racional da obra que está diante de si. Como o Amante tem escolhas a fazer, o sentido da carta indica que se deve deixar levar mais pelos seus sentimentos que pelo racional. Também os sentimentos podem levar uma pessoa a bom porto.
No plano emocional existe uma completa entrega. Um compromisso a ser feito e uma escolha que lhe vem de  dentro. Não existe uma solidez na vida, que O Amante vagueia entre as duas personagens de forma constante. Uma a representar a mente e a outra o coração.
No plano físico existe uma forte inclinação por tudo o que tenha a ver com uma entrega pessoa por causas humanitárias ou sociais. Uma relação com os outros de forma mais emotiva em vez de mais fria. Pode implicar também sacrifícios pela pátria ou pela família. As escolhas profissionais sob esta carta nunca são fáceis de tomar porque os sentimentos estão sempre a influenciar a capacidade de decisão do mesmo. É como o anjo e o diabinho que lutam os dois na cabeça de cada um de nós a fazer uma coisa ou outra.
No sentido mais adverso, a carta significa uma ruptura, uma infidelidade, a desordem e o caos porque as decisões não foram tomadas a tempo e os problemas agravaram. Implica uma dúvida ou indecisão. Um forte risco de O Amante ser seduzido pelas duas mulheres de forma tal que não consiga escolher por ele. Como o homem se encontra junto a duas mulheres que não estão em luta, também se pode dizer que a carta signifique libertinagem.

Os Amantes. Tarot de Crowley.
 Para Crowley esta carta também podia ser chamada de Os Irmãos.
Os Amantes são regidos pelo signo de Gémeos e planeta de Mercúrio. A letra hebraica é Zain que significa espada e é debaixo de um arco de espadas que é celebrado o casamento. Estas espadas não são símbolo de divisão mas de análise.
A carta aqui apresentada está fortemente  associada com a carta XIV - A Arte que é representada por um ser hermafrodita. O qual resulta directamente do casamento real entre O Imperador e A Imperatriz efectuado sob a benção de O Hierofante.
As duas figuras femininas de cima são as duas mulheres de Adão. E mais abaixo os dois filhos de Eva. Caim era filho de Eva e da Serpente e foi necessário que ele matasse o irmão para cumprir o chamamento do divino. Ele aparece com o martelo numa das mãoss e com a taça na outra. O outro filho aparece com uma moca e a segurar uma lança porque era pastor.
A carta representa a criação de um novo mundo como se pode ver também pelo ovo ao fundo da carta com a serpente a guardá-lo.
Em redor dos braços do Hierofante está o pergaminho contendo a Palavra sagrada.
No casamento alquímico ele é um rei mouro acompanhado por um leão vermelhor e segurando na lança sagrada. Ela uma rainha branca acompanhado por uma águia branca a segurar no cálice sagrado.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

V - O Papa

O Papa é também designado de O Hierofante, O Pontífice. A carta é formada por três persinagens, sendo uma delas (O Papa) a figura que está de frente.
O protagonista tem a mão levantada em sinal de bênção e a mesma têm uma cruz tatuada símbolo da ligação ao divino. A mão esquerda ergue um bastão com uma cruz com seis braços, símbolo dos vários mundos até se chegar ao plano divino.
Na cabeça ele tem uma coroa que apresenta também ela uma divisão em três camadas (tal como acontecia em A Papisa) indicando o domínio sobre todos os mundos de forma material e pelas ideias. O domínio de O Papa não é como em O Imperador um domínio político ou organizacional, mas antes um domínio sobre as ideias dos outros. As influências.
As duas personagens que aparecem num plano mais frontal estão ajoelhadas e de rostos virados para o protagonista. Eles recebem a sua bênção e lhe dedicação veneração.
As vestes do papa são azuis cobertas por uma túnica vermelha ornada de amarelo. Os cabelos e as barbas da personagem são brancos, tal como na  carta anterior.
O trono em que está sentado é o trono da Papisa cujo véu foi rettirado. São as duas colunas do Templo de Salomão.
A carta implica um acompanhamento na viagem de alguém experimentado. Implica um desafio do iniciado contra o mestre para provar o seu verdadeiro valor. É a demonstração do ensino, da iniciação, da filosofia, da religião, do dever, da moral, da santidade.
O Hierofante. Tarot Emblemas Alquímicos
No plano mental verifica-se a manifestação da verdadeira inteligência, da criação das ideias que suportam toda a estrutura mental, dos dogmas próprios, ideias pré-concebidas, assim como a estrutura da lógica que permite resolver problemas posteriores. Também está implicado em inspirações do mais elevado sentido de consciência.
A nível emocional ocorre uma solidez de sentimentos que não são calorosos mas são mais ternos e afáveis sem azo a deambulações emotivas calorosas. É o caso do sentimento amoroso entre pessoas que estão casadas há muitos anos e que não conseguem viver uma sem a outra.
No plano físico tem-se um equilíbrio menos sólido financeiramente que em O Imperador. Para O  Papa o físico não tem completa importância, mais importa é a moral e o conhecimento científico e religioso. O conhecimento livresco. Não faltará nada, mas não existe abundância. Na saúde um bom equilíbrio ou perspectivas de uma verdadeira cura.
Quando a carta aparece invertida indica uma enorme falta de razão nas acções. Intensões obscuras nas acções ou mesmas desprovidas de moral. Indica também o chefe que visa essencialmente todas as burocracias mais que uma estrutura sólida numa empresa, ou com uma voz autoritária sem autoridade (faz o que digo, não o que faço).

O Hierofante. Tatrot de Thoth
Para Crowley O Hierofante é a figura que irá celebrar o casamento entre O Imperador e a Imperatriz.
A carta está relacionada com a letra Tau que significa prego. Em símbolo disto nove pregos seguram o oriel por trás da carta.
Há também uma forte associação com Touro que aparece a meio da carta formando o trono do sacerdote, assim como elefantes.
Em volta aparecem os quatro guardiões símbolo dos quatro ventos e dos quatro elementos.
A figura irá celebrar o grande mistério. Por isso aparece um hexagrama à sua frente com um pentagrama no interior. O pentagrama encerra um bebé masculino dançando. A lei do novo Aeon depois do passado ter morrido.
Na frante da carta aparece A Dama Escarlate, a mulher que trará o Aeon com o Hierofante.
Aparece uma pomba e uma serpente, dois símbolos de amor de diferentes maneiras a jogarem um com o outro.
A carta aparece com o negro da noite, com o negro da Grande Obra ao Negro para a criação da Pedra Filosofal.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

IIII - O Imperador

Um homem sentado no seu trono virado para o lado esquerdo. O próprio trono aparece de perfil. As pernas estão cruzadas fazendo um 4. A sua mão direita segura um ceptro com um globo e cruz e a mão direita segura no seu cinto de cor amarela.
No chão em primeiro plano aparece um escudo com uma águia amarela virada para a esquerda enquanto que na Imperatriz a águia olhava para o lado direito. Os dois escudos são semelhantes mas não iguais, pode dizer-se serem complementares.
Ao pescoço o homem leva uma corrente cujo medalhão sobre o peito é de cor verde.
A coroa deste rei é um pouco invulgar porque se prolonga para a nuca mas deixa a descoberto os cabelos brancos da personagem.
O trono está colocado sob um terreno árido, tal como acontecia com O Mago, mas não acontecia com A Imperatriz (que era um terreno cultivado).
A carta simboliza o masculino, tal como A Imperatriz simboliza o feminino. Simboliza o Pai, a protecção paternal, o vigor. Simboliza o portal, a iniciação, o Fogo Primordial a unir-se  à Água Primordial para gerar o Ar. Representa o tetragrama, a pedfra cúbica ou a sua base, a pedra angular de uma construção.
Também indica firmeza, consistência, influência de Saturno e de Marte, concretização, habilidades práticas, ordem, estabilidade, prestígio.

Tarot Sola Brusca. IIII - Mário
No plano mental esta carta vem no seguimento das anteriores. Para a realização de projectos, a inteligência manifestada aqui é muito mais equilibrada. Não exclui os conhecimentos práticos, mas a abrangência do problema é visto no seu todo e com todas as suas implicâncias. A carta é mais de acção que intelectual. Em A Imperatriz existia uma grande criatividade que não é manifestada neste ponto. O que se pretende é um resultado e não a forma mais original de realizar essa acção.
Em termos emocionais a carta é algo pobre. Não indica que existam conflitos, muito pelo contrário, existe um apaziguamento de tudo o que são emoções à flor da pele. Não resolve os problemas emocionais que se tenha, mas seguramente que carrega consigo uma paz para poder respirar. Mais  fazer que pensar é o que a carta quer dizer-nos. É uma das cartas mais activas assim como a carta de O Carro, mas que neste caso implica mais uma acção de escritório, uma decisão a ser tomada com cabeça tronco e membros e a sua concretização.
Se olharmos para o plano físico, tal como acontecia na carta anterior, existe sucesso em termos materiais. O Imperador é um nobre que detem o poder sobre os inimigos e consegue as alianças que precisa para prosperar com maior riqueza e domínio. No entanto a carta lembra que este poder é transitório e que não é um poder completo que apenas se atinge na plenitude da viagem pelo Tarot. As duas cartas da realeza ensinam-nos de formas diferentes a viver de uma maneira diferente do modo de vida de O Louco ou do modo de vida itenerante de O Mago que anda de cidade em cidade a apresentar os seus truques. Aqui aprende-se a viver com tudo o que se tem deste mundo e que terá de ser sublimado pelos próximos desafios. Na saúde, a carta indica uma saúde equilibrada mas que exige ser vigiada.
Caso a carta esteja invertida, pode-se dizer que O Imperador indica situações que não ocorrem conforme o esperado, que escapa o seu poder das mãos. Indica hostilidades, conflitos, por vezes agressivos, pode indicar perda de saúde. Indica grande teimosia e obstinação, possibilidade de estar bem enganado e poder mesmo entrar num processo de auto-destruição. É também a representação de todos os tiranos.

O Imperador. Tarot de Crowley.
A carta é fortemente associada ao signo Carneiro como se pode ver pelas várias cabeças do mesmo a aparecerem, inclusivamente como parte do trono onde está sentada a dignidade imperial com vestes a condizer.
A seus pés encontra-se um cordeiro domesticado com o estandarte, símbolo de um outro carneiro diferente dos Carneiros dos Himalaias do trono que são solitários, corajosos e selvagens. Quando domesticados são suculentos, gregários e covardes. Tal é também a teoria daqueles que governam o mundo.
A carta representa o Enxofre alquímico uma  vez que tem a parte superior do corpo em forma de triângulo e a inferior a formar uma cruz com as pernas cruzadas. É a energia bruta masculina do Universo.
É a generalização do poder paterno daí as flores-de-lis no chão e as abelhas no peito.
É também de notar que este poder é ígneo, violento, pronto a explodir e que se for aguentado muito tempo irá derrubar tudo à sua volta, como se pode ver na carta A Torre.
A mão direita tem um ceptro com um carneiro. A mão esquerda um globo com a cruz de Malta, simbolo de um governo que foi fimado e confirmado nas suas mãos.
No chão aparece uma águia bicéfala de cor amarela que é a correspondente sanguínea da bicéfala de A Imperatriz que é prateada.
Por último, notar que uma luz branca surge a iluminar a personagem. O lugar de onde provém esta luz na Árvore da vida é de Chokmah, a sabedoria criativa.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

III - A Imperatriz

A segunda figura feninina que aparece é uma soberana sentada num trono que tem na mão direita um escudo com uma águia e na mão direita um cetro com um globo com cruz em cima.
A figura olha para a frente e veste uma túnica azul com uma sobre-túnica vermelha. A figura não oculta tanto do seu corpo como A Papisa. É uma figura mais maternal que a anterior, mais emotiva. Os próprios cabelos loiros estão caídos sobre os ombros, símbolo de uma mulher que já foi mãe.
O cinto não é de cor amarela, mas de cor azul, símbolo da fidelidade.
A carta representa a geração dos três mundos. É o princípio da materialização do caminho, a fecundidade. A figura é o desafio às próprias leis da Natureza. É a própria Natureza. A Grande Mãe, a Gã-Obra.
Esta carta está implicada com um maior criatividade que surge não de forma quase descontrolada como em O Mago. Tem o conhecimento intuitico trazido por A Papisa. Tem a vontade trazida por O Louco. Tudo o que ela governa prospera. A figura de uma Imperatriz é rodeada por pessoas que ajudam a concretizar os planos em mente. Os planos são cautelosos, originais. Mas ainda há vários desafios a ultrapassar que a Imperatriz coloca conflitos de ideias que podem tornar-se bastante acesas. A força das ideias domina, mas o mundo não é só feito de ideias.
A figura, como figura de realeza que é, indica riqueza. Uma riqueza essencialmente material ou de recursos. Indica ter-se tudo à mão, basta colocar as mãos ao trabalho.

A Imperatriz. Tarot Decameron.
Em termos mentais, a carta indica que existe uma penetração na matéria por meio de conhecimentos práticos. Não se trata apenas de um registo secreto para ser usado mais tarde como na Papisa, mas uma solidez  maior e a realização de problemas de maior complexidade que os problemas directos resolvidos no Arcano Anterior.
Ao nível emocional a carta tem uma grande fecundidade. Acolhe toda a gente e consegue mesmo "penetrar" na mente ou no ser das outras pessoas. É uma pessoa em quem se pode confiar a vida para o futuro porque pode ajudar a pessoa com a riqueza que possui e as suas valências, precisa é de alguém que ajude a sua criatividade a florir.
No plano físico a carta indica que existe uma esperança nos planos que se estão para concretizar. Os negócios estão em bom caminho e a saúde indica estar em equilíbrio. Neste plano não há que ter grandes preocupações.
Quando a carta está desvirada verifica-se o lado ruim desta rainha. A sua vaidade vem ao de cima, discussões acesas em vários níveis, um deixar-se levar pelas pessoas que a rodeiam como sendo boas influências porque esta rainha acha que tudo o que conseguiu lhe é assegurado e que as suas posses lhe permitem resolver todos os problemas. A carta pode indicar uma situação estrema em termos materiais: mendicidade ou futilidade nos gastos. Uma tentativa de viver como um novo rico, falta de  assentamento de que o que possui não lhe é garantido, mas lhe é oferecido. Mais tarde terá de o devolver.

A Imperatriz. Tarot de Crowley.
Segundo Crowley a carta sobre a influência do planeta Vénus e é o complemento da carta segunte (O Imperador). É a deusa de muitos tronos, Afrodite, que assenta no Amor, o maior trono do Universo, do qual tudo é gerado.
Ela é uma figura coroada sentada num trono do qual sai a sua longa saia verde. Atrás de si tem duas colunas encurvadas símbolo do nascimento pelo elemento fluíd, símbolo do cordão umbilical. Na mão direita tem uma flor de lótus (símbolo da feninidade passiva). Duas aves surgem atrás: uma pomba e um pardal.
Na cintura ela usa o círculo do Zodíaco e no manto se acham abelhas.
Na base do trono aparecem flores de lis e peixes como símbolo de realeza e abundância. Aparece também um pelicano a dar de comer aos filhos pelo seu coração, pelo que lhe vem das entranhas. Aparece outra ave que é a águia branca alquímica no escudo.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

II - A Papisa

Esta lâmina é também designada de A Sacerdotisa, a Alta Sacerdotisa. É representada por uma mulher sentada com um livro ao colo aberto, uma coroa tripla sobre a cabeça. Ela olha para a esquerda.
A personagem veste uma túnica azul e por cima tem um manto vermelho. Estará sentada num trono que não se vê, tão pouco os seus pés, cabelo, assim como a estrutura que suporta o véu que tem atrás de si.
Por cima de si tem uma coroa com três camadas decorada com florões. Um pequeno detalhe que passa quase despercebido é a ponta da coroa ultrapassar o limite da carta. um aspecto que apenas ocorre no Arcano XXI - O Mundo.
O facto de a carta apresentar muitos aspectos ocultos indica o próprio significado da carta. O oculto. O desafio de ver para além do que está à vista. Esta figura prepresenta a Grande Mãe, a protectora da Magia e é por vezes associada à imagem de uma Grande Feiticeira ou Grande Bruxa. A personagem deriva da figura histórica da Papisa Joana que foi por muitos ocultada da história por ser um incidente, por ter sido alguém de um grande conhecimento profundo. Esta é a representação do poder feminino, do poder lunar que sabe o que quer, mas que tem a sabedoria para chegar a ele.
Sobre o peito tem três cruzes, símbolo da plenitude, da verdade.

A Papisa. Tarot Egípcio.
A nível mental e intelectual esta carta está relacionada com a capacidade de responder a questões concretas melhor que a questões vagas. Indica uma grande riqueza de ideias porque o seu livro inclui todas as regras da Natureza que o seu poder detém. Ela indica também que mais que apreender o sentido oculto das coisas o aproveita para trazer magia à sua vida. A realização de rituais é favorável sob esta certa. A imaginação criativa não é tanto desenvolvida. O que se trata nesta carta é sabedoria prática, senso comum, conhecimento tradicional transmitido de geração em geração e que a sacerdotiza colocou no livro para ser usado quando quer ou para o ensinar a discípulos.
Em termos emocionais é reservada. Ela pode receber muito bem todas as pessoas, pode ser optima conselheira, mas a verdade é que não se relaciona emocionalmente. Estabeleceu um compromisso com o seu conhecimento que vai para além do mundano. Ela é virgem por assim se querer a entender os Grandes Mistérios.
No plano físico tem-se a situação controlada, existiu um planeamento das coisas e pode-se agarrar o destino dos acontecimentos. Existe a possibilidade de revelação de situações ocultas para a verdade ou um triunfo do bem sobre o mal. O mesmo se verifica na saúde, a carta simboliza uma recuperação lenta e demorada.
Quando a lâmina está desvirada existe hipocrisia, segundas intensões na situação em causa. Existe a possibilidade de inação, ou mesmo de um fanatismo religioso e desconfiança permanentes. A realização dos projectos em mente são atrasados. Existe rancor acumulado que não se mannifesta, mas é guardado e afasta as pessoas próximas. Não existem conflitos, mas distanciação.

A Sacerdotisa. Tarot de Crowley.
No baralho de Crowley a carta é apresaentada de outra maneira. Tal como acontece com O Mago, A Sacerdotisa é apresentada de pé com meia hipérbole à sua frente que é uma representação da associação da carta com a Lua, o correspondente astrológico. Na frente da carta em baixo aparece um camelo em referência a Gimel, correspondente letra hebraica. A figura feminina apaarece como uma estátua em cima de um pedrestral que indida a altivez da figura e sua importância para o divino.
A carta está também associada a Artemisa, a deusa virgem da caça que se esconde atrás do seu véu de luz e que o próprio vislumbrar do seu corpo se pode tornar um perigo como aconteceu com Acteon que foi convertido em veado e devorado pelos seus próprios cães. A carta apresenta uma definição do plano depois de em O Mago ter sido definida a linha.
Existe também uma grannde quantidade de alimentos no fundo da carta que indicam uma referência ao início da vida.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

I - O Mago

O título desta lâmina, Le Bateleur, pode ser traduzido como O Prestidigitador, O Malabarista, O Acrobata, O Cómico. Vulgarmente é tratado como Mago.
Um homem em frente a uma mesa com vários instrumentos que representam os vários naipes de cartas e uma alusão aos 4 Elementos. O seu rosto está voltado para a esquerda e em cima da cabeça um chapéu em forma de ansata, ou um 8 deitado representando o infinito. Usa, tal como O Louco, um cinto de cor amarela, símbolo da esppiritualidade.
A mesa está assente sobre três pés. A paisagem é bastante árida, apenas com três tufos de ervas presentes.

Esta lâmina está como o esforço da vontade, a primeira tomada de acção. O domínio dos vários objectos que estão em cima da mesa, das várias opções eà frente da vida. Está envolvida com a espontaneidade e capacidade criativa, um espírito aberto a conhecer a realidade, a captar dados provenientes do meio.
É o ponto de partida, a primeira  paragem na viagem de O Louco que somos cada um de nós. Este personagem lembra termos de ter um espírito aberto e calculista, um espírito de desafio que tudo o que precisamos vem ter connnosco. Só precisamos de aceitar o desafio. Existe uma forte influência de Mercúrio, o planeta e o correspondente da mitologia romana, não como acontecia no Arcano anterior, mas como a personagem Hermes Trimegisto, o grande mestre, o que sabe lidar com a natureza para entregar os medicamentos, que sabe usar o princípio último para transformar a pedra em ouro. Por isso existe uma forte associação à inteligência rápida, ao raciocínio de circunstância e a pequenos conceitos, mais que a grandes leis do Universo. Implica também uma forte componente de conversa para poder convencer as pessoas, a figura de Hermes associada aos ladrões e comerciantes que este mesmo deus protegia.
O Mago. Tarot de Oswald Wirth.
Em termos mentais, este Arcano está associado a processos de associação, de integração rápida de ideias diferentes, de compilação de conhecimentos com um fim prático imediato. Envolve também uma certa inquietação.
Em termos emocionais existe ainda uma grande imaturidade, uma grande componente materialista, a busca de sensações mais que as relações, uma grande criatividade, generosidade, mas falta de constância, a lembrar que o mercúrio é o metal líquido. De todo o modo grande fecundidade a vários níveis.
Ao nível físico, existe um grande controlo de enfermidades de ordem mental ou nervosa mesmo com as grandes flutuações a que leva a curiosidade. Existe tendências boas para a saúde, mas não há garantias de uma cura a outros níveis. Pode ser mais uma carta que permite a pessoa se fortalecer, ganhar mais ânimo que pode ser o suficiente para ajudar a cura, ou apenas para dar uma maior vitalidade.
Quando a carta está desvirada, indica uma pessoa mentirosa, falsa, que explora os outros. Indica falta de escrúpulos, brigas e discussões que podem tornar-se violentas pelo vigor da pessoa. Pode também indicar uma dispersão nas ações e falta de concentração pela grande curiosidade e fluidez do seu espírito. Também pode indicar uma grande incerteza, falta de ânimo em continuar.

O Mago. Tarot de Crowley.
Em relação a esta carta, referir que existe uma grande importância em a poder explorar mais a fundo. Refiro uma frase de Oswald Wirth: "Se o mundo visível não passa de ilusão, o seu criador não será o criador por excelência?" Tomando isto como ideia, para um uso de Tarot em termos de Meditação, é comum poder-se solicitar à carta a capacidade de criar, de desenvolver a mente criadora, a imaginação. Também deve ser encarado como o primeiro desafio de um Iniciado no caminho do para além do real.

No baralho de Crowley, a carta original tem o nome de O Prestidigitador. Segundo Crowley, a carta deriva o seu nome de "o portador do bastão", de que o próprio é elemento (o bastão de Hermes). A própria figura amarela é o mesmo deus, com as suas asas nos pés. Tem atrás de si as duas cobras compondo o símbolo de infinito. Na mão o pau ou bastão de fogo com que Prometeu trouxe o fogo para a humanidade.
O macaco do lado direito é o próprio Thoth antes de ser elevado pelo Aeon de Osíris. Ele simboliza a ressurreição por um progresso através dos mundos.

domingo, 24 de novembro de 2013

0 ou XXII - O Louco

Começo por referir o facto de esta carta ser definida como o Arcano Zero ou o Arcano XXII. Eu prefiro o designar pelo primeiro dos arcanos. Mais tarde se percebe porquê.
Em termos de simbologia das cartas vou utilizar o modelo de cartas do Tarot de Marselha, os vários outros baralhos são muitas vezes variações, por vezes apresento detalhes de outros baralhos quando se proporcionar.
Um homem caminha de costas para nós com o rosto bem visível. Leva uma vara com uma trouxa. Veste como um jogral, é arranhado por um animal que lhe faz um rasgo na nádega. Em vários baralhos, esta personagem caminha junto ao um precepício, correndo um risco de cair, mas não estando preocupado com essa queda.

Ele caminha decidido para a frente virando costas, mesmo que o rosto nos olhe, os seus olhos fixam o caminho. A personagem rompeu com todas as relações que tinha e resolve meter-se ao caminho vivendo como itenerante. No seu vestir, o gorro é amarelo, símbolo da espiritualidade a envolver o crânio e tornando o rosto uma espécie de máscara. Persona, a palavra que origina a palavra pessoa, quer dizer máscara. A máscara que é cada um de nós do que lhe está de espiritual verdadeiro por trás. O  Louco é cada um de nós que sai do conforto do lar e parte para a sua aventura de vida.
Ele simboliza uma liberdade, uma força de vontade. Mostra que muitas vezes nos preocupamos com o que está mais à vista e pouco com o que está mais escondido e que verdadeiramente importa. Ele representa a criança inocente, os que não possuem o raciocínio entre o bem e o mal, o que busca o espiritual, o querer ultrapassar os limites, a alienação, a espontaneidade e impulsividade. O filho pródigo.

O Louco. Tarot Terra
Esta carta num sentido positivo é um incentivo à coragem, uma carta de libertação. É sinal de desafios, de imprevistos, de aventura, de uma pessoa que não se preocupa com os detalhes, mas é corajosa para avançar, criativa. Indica precipitação e impulsividade. Uma força que não se dominou ainda, um jovem, um artista, um boémio, instabilidade emocional, mas lufada de boa sorte. Indica um abandono porque não se quer ver o que está no caminho, mesmo que seja um precipício.
Em termos de ações a fazer numa questão, indica que o melhor é não fazer nada, deixar correr, que os outros decidam por nós ou que o nosso instinto decida. Esta escolha apresenta falta de responsabilidade e ue carrega consigo a responsabilidade desse não fazer.
A nível mental a carta indica uma falta de determinação, uma falta de rumo por não se saber para onde vai. Implica um desgaste emocional e psicológico pela quantidade de imprevistos. Recomenda um olhar as coisas com um sorriso nos lábios, um deixar de pensar em tudo e dar largas ao instintivo em vez do calculista.
A nível emocional O Louco indica falta de compromisso, a irresponsabilidade num relacionamento, a brevidade de uma relação. A falta de estabilidade revela-se pela falta de conhecimento de si mesmo e a constante chamada de atenção às faltas num casamento. Pode implicar uma traição emotiva, o dar azo às impulsividades.
Em termos físicos implica caos, falta de ordem, uma grande força de vontade mas apenas se fica por aí. Abandono voluntário de bens materiais. Implica uma necessidade de reorganizar a vida, uma necessidade de se deixar levar pelos conselhos dos outros na sua vida. Na saúde desgaste nervoso pela falta de estabilidade, inflamações e infeções pela falta de proteção.
Quando a carta está invertida, ou vista de modo menos positivo, a carta implica um abandono forçado, uma ação tomada por imposição, prejuízos por questões imprevistas e sem grande possibilidade de recuperação. incapacidade para se dominar ou ter um raciocínio, a falta de responsabilidade em questões que são do seu foro. Extravagância. Castigo por insensatez de ações tomadas. Remorsos e preocupações vãs.

O Louco. Tarot de Crowley
No Tarot de Thot a carta O Louco é apresentada como um homem de frente com o número 0 a ser apresentado pelo voar do caduceu de Hermes, mensageiro dos deuses. A este deus foi dada a eloquencia de Apolo. A Mercúrio, as palavras de deus corriam como asas. Com as asas o caduceu faz um percuso sinuoso, sem direção e fazendo o 0 cabalístico, a síntese do Universo. Esta carta é, então, a síntese do Tarot de Thot. A carta apresenta também um feto humano que ainda não é definido como masculino ou feminino. Uma ideia primordia. As forças primordiais do universo ainda a definir. A  figura central representa uma figura de um príncipe errante que ainda não cumpriu o sei destino. Veste de verde como símbolo da Primavera, símbolo do Espírito Santo que é o mensageiro de Deus e aparece como uma pomba. Aparece também o crocodilo como símbolo do deus Makko associado à gravidez por representar as águas do Nilo e em adoração ao Sol. Aparece associação ao deus Dioniso, deus do vinho pela presença das uvas e que indica a irresponsabilidade, a vida boémia, a alegria de viver. Também indica as viagens de Dioniso pelo Egito e Índia pela presença do crocodilo e tigre.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Algumas técnicas de lançamento de Tarot

Depois de baralhar as cartas a tarefa seguinte é trabalhar a leitura. Apresento de seguida algumas técnicas simples mais básicas. Existem tantas formas de leitura quantas se quiserem criar. Existem também conjugações de diferentes técnicas enriquecendo a leitura. De todo o modo recomendo um pequeno número de cartas para começar a ler e ir aprofundando o significado das cartas. Quanto maior o número de cartas na mesa, maior a dispersão e menos profunda pode ser a leitura de uma carta em específico. Ficam as minhas recomenndações de lançamentos simples:

1 - Lançamento de uma carta
Este é um lançamento simples, muito usado para se ver a carta em que se medita no dia. É uma forma de se poder familiarizar com as cartas e poder sentir-se uma ligação profunca com elas.
Apenas tem de se tirar uma carta do baralho e colocá-la no meio da mesa não virada. Observa-se a parte de trás da lâmina antes de a virar e ver o resultado.
No caso de se fazer o lançamento da carta ao início do dia, o resultado segue para o diz corrente. se for feito à noite, para o dia seguinte.

Lançamento de três cartas. Tarot Herbal
2 - Lançamento de três cartas
Tiram-se três cartas colocadas uma ao lado da outra. A primeira mais à esquerda significa o passado, a segunda o presente e a terceira o passado. São colocadas em linha como é a linha do tempo.
Este é um lançamento é dos mais práticos dos lançamentos básicos para resposta a uma pergunta concreta. Podem usar-se os Arcanos Maiores ou todas as cartas.


Lancamento em cruz simples. Tarot Tongo.
3 - Lançamento em cruz
Retiram-se cinco cartas. A primeira a meio mais à esquera que é a posição do favorável. A segunda na mesma linha mais à direita a posição das oposições. A terceira é colocada a meio das anteriores mais acima que é a base ou passado. A quarta é colocada na linha vertical da carta anterior abaixo do eixo das duas primeiras, é a resposta à pergunta. A quinta é colocada a meio de todas as anteriores é o resumo das anteriores, ou seja, o processo.
Existem duas versões para este lançamento. A primeira utiliza a quinta carta que está no cimo do baralho. A segunda versão utiliza a soma do número das quatro primeiras cartas. Se o número obtido for superior a 22 somam-se os algarismos desse resultado até dar um resultado até 22, o resultado define o Arcano Maior que fica no centro.
Para este lançamento simples é comum utilizar-se apenas os Arcanos Maiores.

Muitos outros lançamentos simples existem. Nestes lançamentos simples, as respostas são simples. Em geral usam apenas os Arcanos Maiores mas são muito úteis para perguntas simples e para um familiarizar com as cartas.
No caso de se utilizarem os Arcanos Menores nestes lançamentos, a minha experiência deixou-me a impressão que as respostas não são muito satisfatórias.
Depois de apresentar cada uma das cartas vou apresentar lançamentos mais elaborados e que permitem leituras mais extensas como a roda das 12 casas (ou Roda do Zodíaco) e lançamento da cruz celta.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Baralhar cartas de Tarot

Tarot Egípcio
Pode parecer esquisito, mas parte do trabalho de lançar cartas começa com o misturar as lâminas. Além de um processo físico de recombinar possibilidades, permite à pessoa que lança concentrar-se no trabalho que vai fazer. Quando se faz uma leitura a alguém que nos pede um conselho é também um momento em que pode ele  concentrar-se no seu pedido.
Na minha prática, este é o momento em que ocorre o maior silêncio da sessão. Um momento que procuro invocar as forças que me assistem, que peço a sua ajuda para ajudar a pessoa que está à minha frente.
Existem várias formas de baralhar. Cada um delas com propósitos diferentes. Se virem as várias pessoas que baralham cartas, como pessoas que trabalhem em casinos, mágicos, jogadores amadores de cartas, podem ver-se alguns tipos de acções destas.

Eu apresento a minha maneira pessoal de baralhar as cartas como um exemplo de como este pequeno rito pode ser importante. Pessoas que tenham diferentes crenças podem usar diferentes tipos de orações ou pedidos de ajuda a entidades diferentes. O mais importante é que no final de baralhar as cartas não restem dúvidas que se vai fazer um trabalho importante.

1 - Pego no baralho com a minha mão direita e retiro as cartas de guarda: uma de cima e outra que se encontra em baixo a tapar as mensagens do Livro. Faço-o com a reverência de abrir um grande livro sagrado.
2 - Baranho quatro vezes as cartas de modo tradicional em cada uma invocando os poderes dos 4 Elementais: Terra, Ar, Água, Fogo.
3 - Com a mão esquerda desviro as cinco cartas de cima inserindo-as a meio do baralho enquanto peço que sejam abertos os cinco caminhos.
4 - Coloco o baralho em cima da mesa e peço à pessoa em frente para o cortar.
5 - Volto a pegar no baralho com a mão direita e passo-o para a mão esquerda.
6 - Retiro as cartas que forem necessárias para a consulta com a mão direita.

Considerações diversas:
  • Como disse, este método de baralhar as cartas não é estanque. 
  • Algumas pessoas não trabalham com cartas viradas. Não acho que estejam a fazer uma leitura errada, tal como não gosto que digam que eu faço uma leitura incorrecta por ver o sentido das cartas invertidas.
  • A minha forma de desvirar as cartas parece um pouco descabida e sem sentido, o significado que atribuo a isso é que o caminho que é aberto tanto pode dar para o bem como para o mal. O sentido das cartas abre isso mesmo. Existem pessoas que a sua forma de baralhar é apenas colocar as cartas em cima da mesa e mexê-las, havendo algumas que são desviradas.
  • Eu baralho as vezes que considero significativas. O número de vezes é determinado por cada leitor de cartas.
  • Existe uma grande discussão se a pessoa que nos consulta deve ou não tocar no baralho. Alguns cartomantes dizem para a pessoa apenas pousar a mão sobre o baralho. As opiniões dividem-se no sentido que a energia da pessoa "polui" o baralho; a energia da pessoa liga-se ao baralho. Fica ao critério de cada um escolher a iteração com a pessoa que vos pede um conselho.
  • Algumas pessoas, eu próprio me incluo, fazem uma "limpeza" ao baralho anual. Eu coloco essa limpeza no início do ano pagão que corresponde à altura do início da Privamera. Vejo esse ritual como uma forma de encerrar as leituras que fiz no ano anterior e poder dar início às leituras do ano corrente. De acordo com este princípio, não faço leituras gerais para o ano da pessoa senão uma única vez no ano. Posso ver-lhes aspectos particulares e tirar dúvidas as vezes que quiserem, mas a análise geral do ano só a faço uma vez no ano.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Significado dos Arcanos Menores (2)

Tarot Senhor dos Anéis
Olá de novo, separei os Arcanos Menores em dois artigos para que cada artigo não se torne demasiado extenso. Fica então o significado dos naipes de Copas e de Paus.

Copas - associado ao Elemento de Água e às emoções e sentimentos.
Ás  de Copas - a espontaneidade do amor, apixão intensa.
Dois de Copas - atracção, relacionamento, união.
Três de Copas - entusiasmo, afeição, laços de amizade.
Quatro de Copas - incerteza, apatia emocional.
Cinco de Copas - melancolia, falta de oportunismo, rejeição pessoal.
Seis de Copas - reconhecimento da criança em si, pureza.
Sete de Copas - cegueira passional, perda no caminho próprio.
Oito de Copas - auto-descoberta, transição para novo ciclo.
Nove de Copas - cumprimento de objectivos realização de desejos.
Dez de Copas - harmonia com o cosmos, realização pessoal.
Valete de Copas - romantismo, criatividade, início de relação pessoal.
Cavaleiro de Copas - apelo ao amor, obseção pela perfeição.
Dama de Copas - benevolência, compreenção dos sentimentos.
Rei de Copas - auto-controlo, maturidade, calculismo.

Bastões - associado ao Elemento Fogo e ao empreendimento e acção.
Ás de Bastões - começo de façanhas inovadoras, criatividade.
Dois de Bastões - ambição, sensação de poder e domínio.
Três de Bastões - jornada, alargamento de horizontes, busca de aventuras.
Quatro de Bastões - júbilo, autonomia, experiência de eventos afortunados.
Cinco de Bastões - conflitos, percalços no caminho, concorrência.
Seis de Bastões - triunfo, sucesso total, orgulho cego.
Sete de Bastões - provocação, auto-preservação, fé indestrutível.
Oito de Bastões - actividade, trabalho, azáfama, agir com agilidade e rapidez.
Nove de Bastões - percepção, cautela, levantar pó antigo.
Dez de Bastões - responsabilidade, dificuldade, conformar com o trabalho infinito.
Valete de Bastões - pronto a começar de novo, avaliar as escolhas e deixar-se ir pela imaginação.
Cavaleiro de Bastões - audácia, risco cego, pessoa confiante mas empedernida.
Dama de Bastões - boas perspectivas, orientaçãoo feminina, coragem.
Rei de Bastões - domínio, chefe vigoroso, energia interior que o acompanha no caminho.

Uma nota: Os significados das cartas que anteriormente apresentei são apenas um resumo, volto a repetir. Não são determinantes que o significado fica enclausurado nestas palavras. Como mais tarde cada um pode confirmar, cada carta é um autêntico livro de informação que não irei apresentar por completo dependendo de vários factores. Um dos factores que gostaria de referir é o facto de cada baralho poder ter variações estabelecidas pelos seus criadores. Por esse motivo, é recomendável que, ao comprar um baralho de tarot, este seja acompanhado de um livro iniciático. Por exemplo, as cartas figuradas nos Tarots baseados no modelo de Rider Waite utilizam as personagens valete, cavaleiro, dama e rei; o baralho de Thoth utiliza figuras diferentes, princesa, principe, rainha e cavaleiro. As figuras são correspondentes, mas o facto de serem figuras diferentes atribui alguns sentidos diferentes como os seus utilizadores habituais podem verificar.
De todo o modo, deixem-se ir pelo labirinto que o livro do Tarot vos leva. Irão ver  que é um caminho a descobrir fantástico.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Significado dos Arcanos Menores (1)

Tarot Místico
Os Arcanos Menores estão agrupados em 4 naipes, cada um deles correspondente a um plano da vida. O naipe de Espadas está relacionado com o plano da mente; o naipe de Ouros ou Discos com o plano material, o naipe de Copas ou Taças com o plano sentimental e o naipe de Paus ou Bastões com o plano extra-terreno.

Espadas - Associado ao elemento Ar, à mente e razão
Ás de Espadas -  algo necessita de se exteriorizar, necessidade de fazer algo com clareza e transparência.
Dois de Espadas - levantamento de defesas à volta do coração.
Três de Espadas - honestidade emocional.
Quatro de Espadas - oposição ao momento presente.
Cinco de Espadas - perda de algo.
Seis de Espadas - Reestabelecimento, caminho por águas escuras mas em breve aclareadas.
Sete de Espadas - Manipulação, falta de compromissos.
Oito de Espadas -  fragilidade, persistência dos sentimentos sobre a razão.
Nove de Espadas - melancolia persistente, depressão, arrependimento,
Dez de Espadas - sacrifício, vitimização, perda de ilusões.
Valete de Espadas - prontidão a efrentar os desafios propostos.
Cavaleiro de Espadas - inteligência, estado aéreo, poder analítico, falta de tino.
Dama de Espadas - realismo e franqueza, posição actual pelaa perspicácia no pensar e agir.
Rei de Espadas - juízo imparcial, froontalidade, analista, intelectualidade bem vincada.

Discos - associado ao Elemento Terra e às ambições e conquistas materiais.
Ás de Discos -  poder práctico, começo de um novo capítulo.
Dois de Discos - estabilidade, agilidade, plasticidade.
Três de Discos - projectos a concretizar, manifestação de competências.
Quatro de Discos - domínio, poder, egoísto, fortaleza.
Cinco de Discos - renúncia, pobreza, sensação de abandono.
Seis de Discos - prontidão em ajudar, estimação.
Sete de Discos - resultado, prudência.
Oito de Discos - método, paciência, prontidão a começar projectos.
Nove de Discos - autonomia, execução.
Dez de Discos - abastância, solidez, opulência económica.
Valete de Discos - objectividade, praticidade.
Cavaleiro de Discos - capacidade de trabalho, perseverança, lealdade.
Dama de Discos - ambição, nobreza, paixão pela natureza.
Rei de Discos - materialismo, pessoa apta e prática.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Significado dos Arcanos Maiores

Tarot de Visconti

Lista dos Arcanos Maiores e significado geral:
I - O Mago - Início, habilidade, controlo.
II - A Sacerdotiza ou A Papisa - Sabedoria, conhecimento dado pela intuição, magia branca.
III - A Imperatriz - Riqueza, beleza, fertilidade.
IV - O Imperador - Realização, conquista, poder.
V - O Papa ou O Hierofante - Fé, crença, perseverança, sabedoria livresca.
VI - Os Enamorados ou Os Amantes - Compromisso, casamento, amor.
VII - O Carro ou A Carruagem - Progresso, evolução, força motriz.
VIII - A Justiça ou Ajustamento - Equilíbrio físico, estabilização de normas e directivas.
IX - O Eremita - Isolamento, restrição, paciência, pobreza.
X - A Roda da Fortuna - Destino, acaso, conflitos, reflexão.
XI - A Força ou Luxúria - Domínio, força, paixão.
XII - O Enforcado ou O Dependurado - Sacrifício, heroísmo, reverter a situação.
XIII - A Morte - Despedida, final, fim de um ciclo e princípio do seguinte.
XIV - A Temperança ou A Arte - Harmonia, equilíbrio interior, trabalho mental.
XV - O Diabo - Egocentrismo, sedução e sexualidade, impulsividade, magia negra.
XVI - A Torre - Desentendimento, abandono do passado, ruína.
XVII - A Estrela - Semente, esperança, ajuda, inspiração.
XVIII - A Lua - Imaginação, ocultamento, magia suprema, gravidez.
XIX - O Sol - Nascimento, sucesso, concretização.
XX - O Julgamento ou o Aeon - Renascimento, julgamento, perdão, recomeço.
XXI - O Mundo ou O Universo - Plenitude, desfecho, felicidade.
XXII ou 0 - O Louco - O eu, desapego, excitação.

Chamo a atenção que o sentido aqui de cada lâmina não é um sentido inflexível. Apenas se trata de uma pequena cábula resumo do significado de cada cábula. Em próximos artigos, terei o prazer de apresentar o significado de cada uma das cartas. Amanhã segue o significado geral dos Arcanos Menores.

domingo, 17 de novembro de 2013

Estrutura de um Baralho de Tarot

Tarot de Thoth ou Tarot de Crowley
O primeiro ponto a clarificar é que o baralho de Tarot está dividido em duas partes: os Arcanos Maiores e os Arcanos Menores. Os Arcanos  Maiores são, geralmente utilizados apenas na prática esotérica e poucos são os jogos que incluem este tipo de cartas; estão numeradas com uma numeração romana e são em número 22. Muitas pessoas utilizam apenas estas cartas para leituras. Os Arcanos Menores são 78 lâminas repartidas por quatro naipes: Espadas, Paus ou Bastões, Copas ou Taças, Ouros ou Discos; também se podem dividir em cartas numéricas (do Ás ao 10) e cartas figuradas. Estas cartas são as que normalmente se usa num baralho comum espanhol, um baralho que nas cartas figuradas tem a figura do Cavaleiro.

sábado, 16 de novembro de 2013

Comprar um baralho de Tarot

Algumas cartas do Tarot de Rider-Wait
O processo de compra de um baralho pode gerar algumas confusões. É por vezes dito que não é o comprador que escolhe o baralho, mas o baralho que escolhe a pessoa. Também se diz que o primeiro baralho deve ser "dado" em vez de o comprares. Este é visto como um baralho que te abre a porta a um mundo e que te deve ser entregue por alguém que já terá algum conhecimento e possas usar como mestre.
Não vou discutir muito acerca do primeiro baralho e do processo de como deve ser comprado. Cada um deve sentir que entra em contacto com o baralho e da primeira vez que o usar, aí sim, é importante criar uma ligação.
Não acho que seja de todo errado uma pessoa começar com um Tarot vulgar, ou mesmo cópias de um baralho comum para se familiarizar com as cartas, desde que não as utilize para trabalhos energéticos, mas apenas como uma forma de tomar conhecimento, de contemplar nas cartas a sua própria vida. É, a meu ver, uma forma didática de se compreender o significado de vários simbolos das lâminas do Tarot.
Neste sentido, não vejam como algo mau trabalhares com um baralho cortado por vocês mesmos. Façam um começo de ligação ao Tarot prévio à aquisição de um Tarot.
Outro desafio que posso fazer é pedirem a alguém experiente para vos lançar as cartas para o ano e tomarem nota das diferentes cartas. Ao longo dos doze meses, vão observando a vossa vida ao espelho do sentido das lâminas que o lançador vos tirou.
Os exercícios acima descritos podem parecer brincadeiras de criança, mas a meu ver, as brincadeiras de criança é que ensinam verdadeiramente tudo o que há a saber no mundo da magia. Veja-se por exemplo, "O Aprendiz de Feiticeiro", o como ele aprendeu que o utilizar a magia para benefício próprio traz as suas consequências.

Chegamos ao ponto que se quer comprar um Tarot para deixarmos então de trabalhar com estas cartas de crianças. sentimos que merecemos esse baralho. Se o baralhos nos escolhe, ou nós a ele, se nos é oferecido ou o compramos, penso que não é o fundamental. E mesmo que compres um baralho por ti mesmo, podes sempre ter em conta que o teu corpo material o compra para oferecer ao corpo espiritual.

Qual o melhor baralho para começar?
Esta é uma questão complicada de responder. Em primeiro lugar porque a mesma implica uma definição de quais os baralhos mais acessíveis em termos de significado que outros. Pessoalmente eu considero que baralhos como o Tarot de Rider-Waite ou de Marselha são os mais comuns de usar e talvez dos que existe maior informação em livros, o que os torma melhores para primeiras leituras acompanhadas por manuais.
Pessoalmente não trabalhei muito com eles, mas ainda assim, devo dizer que a minha sensação é que o baralho de Marselha é melhor para haver uma familiarização com os Arcanos Mariores (as cartas que não existem nos baralhos de cartas normais). Quando se quer passar a trabalhar com os Arcanos Menores, o que acontece é que não existe nenhuma distinção entre um dois de paus e um três de paus. Torna-se mais complicado. Existem alguns defensores de que se dese ir pelo caminho mais complicado, pois o sentido das cartas vai chegar por eles mesmo. Fica ao critério de cada um.
Em alguns fóruns e blogs vi indicações de que o Tarot de Rider-Waite não é o melhor com que fazer trabalhos, verdadeiros trabalhos. É bom para fazer algumas leituras, mas quando se querem trabalhos de uma esfera um pouco maior, mais virados para meditação ou para a magia, tal não é possível.
De todo o modo, nenhum Tarot tem valor próprio sem uma verdadeira  ligação pessoal com o lançador de cartas. O dono do baralho é como O Mago que aparece como o Arcano I do baralho.
Além desta ligação energética, o próprio  desenho das cartas é importante. Alguém que pretenda lançar cartas e aprecie pintura realista, do renascimento, dificilmente consegue iteragir com um baralho como o Tarot de Salvador Dali. Ou se a pessoa em questão é lésbica ou gay, não terá uma ligação com um baralho do estilo erótico heterossexual. As variedades de desenhos são mais que muitas e existem para todos os gostos.
Da minha experiência pessoal, o primeiro Tarot que comecei a lançar foi o de Rider-Waite mas comecei a sentir-me um pouco desconectado do baralho quando procurei meditar com as cartas. Elas eram demasiado rígidas, não se dobravam a uma experiência comigo. Foi então o fim da sua utilização. Peguei em seguida no Tarot Dali. Que foi optimo na minha experiência para me abrir mais os horizontes, mas confesso que comecei a sentir que ele me estava a puxar para um caminho de loucura. As interpretações por vezes saíam-me um pouco díspares e eu não sabia por onde ir. Talvez fosse também parte da minha procura. Não o considero de todo o um mau baralho, confesso que me ensinou bastante. Ainda o Baralho Negro, mas não senti qualquer ligação com ele. Sentia as cartas frias, distantes e contendo energias que eu não queria trabalhar. Há vários anos que tenho usado o Tarot de Crowley ou Tarot de Toth que é considerado um "tarot básico" por alguns, mas que devo confessar que de básico ele não me tem nada.
Também recomendo que se vão comprar um Tarot, prefiram um que traga um pequeno guia consigo. Desta maneira podem ter um mordomo a abrir-vos a porta às coisas.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Para que serve o Tarot?

Pode parecer uma pergunta estúpida, mas a verdade é que a importância da resposta determina completamente o trabalho que se vai levar. Antes mesmo de se começar a ler de forma mais séria, antes mesmo de se pegar em dinheiro e o gastar em livros, deves parar e pensar no que queres tu fazer com as cartas.
Ficam alguns exemplos de como o Tarot é uma ferramenta na vida de uma pessoa:
  • Ferramenta para crescimento, desenvolvimento e auto-conhecimento;
  • Ferramenta para meditação;
  • Ferramenta para ser usada em rituais diversos;
  • Ferramenta para ver as escolhas que estão disponíveis para ti;
  • Ferramenta para resolver problemas;
  • Ferramenta para clarificar objectivos;
  • Ferramenta para ver o passado;
  • Ferramenta para compreender o presente;
  • Ferramenta para criar o futuro;
  • Ferramenta para ter acesso ao nosso sub-consciente;
  • Ferramenta para ajuda a chegar ao nosso poder próprio;
  • Ferramenta para chegar aos nossos antepassados;
  • Ferramenta para perceber e trabalhar com energias Elementais (Terra, Ar, Fogo, Água);
  • Ferramenta  para enriquecer a nossa vida;
  • Ferramenta para criar e dar poder de afirmação pessoal;
  • Ferramenta para praticar a arte sacra antiga no contar de histórias;
  • Ferramenta oracular paraa dizer da fortuna nas formas mais básicas e dialogar com o interior da pessoa na sua forma mais alta;
  • Ferramenta para ajudar ao acesso e desenvolvimento de habilidades e poderes psíquicos;
  • Ferramenta para ajudar a entender sonhos;
  • Ferramenta para ajudar a "criar" sonhos;
  • Ferramenta para trabalhar como diário;
  • Ferramenta para desenvolver personagens, guiões, linhas de histórias para escritores;
  • Ferramenta para desenvolver o perfil pessoall pelo uso de certidões de nascimento, cartas pessoais do dia e do ano, etc;
  • Ferramenta para o que quiseres usar!
Lembra-te  que a principal regra no mundo da magia e do oculto é FAZ O QUE QUISERES, tal como é apresentado em "História Interminável". Depois cada um tem de estar à espera do que vai receber com a manifestação dos seus desejos.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Tarot - Como começar

Como primeiro artigo neste blog, começo por ajudar as pessoas que pretendem começar a fazer alguma leitura por cartas de Tarot.
Antes de mais, deixo uma nota introdutória ao Tarot. O Tarot é um busca ao longo de toda a vida, não é uma fórmula. Por isso, mesmo que coloque aqui artigos acerca da interpretação dos arcanos de Tarot, as mesmas interpretações são apenas ajudas e não membros de uma equação. As orientações são auxiliaresmais úteis nas fases iniciais, mas também para pessoas que fazem leituras há mais tempo, porque cada um tem de entender que cada carta funciona como um livro próprio, um livro mágico que com a experiência vamos dominando cada vez mais.
Esta biblioteca de 78 cartas que forma o Tarot podem ser usadas nas nossas vidas em qualquer momento e sem qualquer restrição por questões sociais, religiosas ou culturais. Os símbolos presentes nas lâminas ou cartas de Tarot, representam situações características da vida de cada pessoa e que constituem as suas experiências e desafios.
Resta-me, portanto, saudá-los nesta aventura. Uma aventura que pode muito bem mudar completamente a forma de ver a vossa vida.
O Tarot é a roda da lei, como é mostrada pelas suas letras: a palavra TAROT provés de ROTTA ->
ROTA que quer dizer roda, círculo, ciclo. O sentido disto é a evolução no tempo, as mudanças, o descobrir de sentidos ocultos nas coisas. As cartas estão muito associadas a elementos astrológicos, numéricos e letras. Por isso, uma interpretação correcta, além dos aspectos racionais, do sentido directo, pode conter uma leitura muito maior ao pegar nas questões de intuição.