domingo, 19 de janeiro de 2014

Ás de Bastões

Começamos agora a desbravar o caminho dos  Arcanos Menores. Várias poderiam ser as orientações para a apresentação destas cartas. eu vou seguir a definição das cartas apresentando cada número e os respectivos naipes. Depois as figuras de corte.
Uma mão aparece de umas nuvens levando uma vara com três ramos com folhas. algumas folhas estão soltas no ar.
Por baixo uma paisagem árida com um rio e três árvores. Ao fundo várias montanhas, no cimo de uma delas está um castelo de cor branca.

A carta simboliza o começo de novos projetos. O vigor com que eles surgem ainda que pouco domados. É a força da novidade.
Como acontece com todos os Ases, este é um começar a partir do zero. É uma carta de coragem porque a coragem é levada pelo elemento de Fogo que rege o naipe de Paus ou Bastões.
A carta contitui uma oportunidade para auto-descoberta, para dar um novo rumo à vida indicado pelo rio que segue o seu caminho. Uma oportunidade para se adquirir uma nova identidade porque nada ainda está escrito. Tudo é um deserto pronto a ser povoado.
A carta é uma primeira manifestação da energia divina num estádio tão primitivo que não é ainda dominado pela vontade.

Corpse Tarot.
Em termos energéticos ou de saúde pode indicar uma nova vinda de energia. Energia essa que não é facilmente controlada pois ainda é o elemento Fogo no seu estado mais bruto.
Como projeto novo a ser tomado nas mãos, a carta indica a ideia desse mesmo projeto. A primeira conceção dele, ou a idealização de uma obra artística. A montanha castelada indica que ainda muito terá de ser calcorreado para se chegar ao final mas a reconpensa vale a pena.
O próprio castelo seguro em cima de uma montanha indica que a carta é sinal de um poder protetivo grande a entrar. Indica uma proteção divina que é dada pela mão vinda das nuvens.
No caso de questões de trabalho a carta indica uma superação  de obstáculos. Uma oportunidade de carreira que é preciso agarrar.
Em termos de dinheiros informa que pode haver alguma entrada de bens por questões de herança ou por alguma oferta.
No campo da saúde, esta é a melhor altura de começar uma nova dieta, ou de começar uma nova forma de viver mais saudável, porque há energia positiva no ar que pode facilitar as transformações.
Em termos emotivos a carta indica que uma pessoa pode cruzar-se no caminho para um princípio de relação. No caso de se ter uma relação avisa que é preciso a pessoa se expressar.
Quando a carta está virada indica impaciência. Indica que a pessoa não consegue agarrar as oportunidades que lhe são colocadas à frente, ou que está a perder toda a coragem para continuar em frente.

sábado, 18 de janeiro de 2014

XXI - O Mundo

Dentro de uma grinalda em forma de amêndoa (ou mandorla) está uma personagem despida. Só um pequeno véu lhe cai do ombro esquerdo de cor vermelha. Na mão desse mesmo lado segura uma baqueta dupla. Na outra mão leva um objecto que parece conter um segredo no interior. Esta é a carta da concretização.
A personagem não indica qual o sexo que tem, é-nos ocultado, mas tem seios e tem uma cara masculina. Possivelmente será o ser andrógino na sua representação mais sublime.
Existe uma sugestão de a personagem estar em pose de dança. A dança de celebração da vida.
A grinalda é feita por folhas simples cuja cor varia. Na edição que está à direita todas as folhas são azuis, simbolo da eternidade alcançada. Nas extremidades da mandorla estão duas cordas cruzadas em X de cor amarela.
Em redor da carta aparecem quatro animais. Estes são a representação tradicional dos quatro evangelistas: o anjo, a águia, o leão e o touro.
A águia está a olhar para a esquerda e tem na cabeça uma auréola que passa o campo da carta. À sua esquerda está o anjo também aoreolado e que olha para baixo. Estes dois estão sobre nuvens de cor amarela.
Em baixo estão os outros dois animais. O leão é de cor amarela e olha de frente. O touro, que se assemelha mais a um cavalo é o único que não tem uma auréola ou que a mesma não está visível. A cor do corpo é cor de pele. O dorso destes dois animais é vermelho e tem em cima folhas de cor verde ou de cor semelhante à grinalda.

O Mundo. Lowbrow Tarot.
Em termos mentais a carta indica a conctetização de projetos. A recompensa de todos os esforços. A conclusão. A carta indica que a pessoa encontrou o seu ligar no mundo e está pronta para usufruir dele. A carta indica também que a pessoa tem de ter uma grande capacidade de decisão que pode ser importante a concretização desse mesmo projeto ou função. A carta indica todas as circunstâncias favoráveis para se avançar. A carta também indica grandes capacidades psíquicas e de mente e uma tendência para a perfeição.
A nível emocional existe uma elevação de sentimentos bem grande. Um grande espírito altruísta e de entrega aos outros sem sensualidade nem egoísmo. Conquista os outros por si mesmo sem necessidade de mais outros elementos. Existe um grande sentido de dever para com a humanidade. Existe uma inspiração bem grande para expansão de sentimentos ou de qualidades artísticas.
Na área física existe um reconhecimento de riqueza. Existe uma experiência sólida e madura que leva a um reconhecimento pelos outros das capacidades que a pessoa tem. A possibilidade de recolher o resultado de poupanças é agora vantajoso. Caso se pretenda fazer um  investimento o momento é seguro para as começar, mas não devendo levar em conta o que é sugerido mas a sua própria capacidade de decisão e de busca de informações sobre essas aplicações. Pela saúde existe um grande alívio de sintomas que pudessem ser desagradáveis.
Em caso de carta invertida um fracasso. Um obstáculo emotivo à realização de um projeto ou ação. A  carta pode também indicar um obstáculo enorme, ou um sacrifício por amor que o leva a um grande sentimento de perda. Indica um ambiente hostil, onde os outros estão contra a sua forma de agir, ou mesmo contra a sua pessoa. Pode também indicar uma incapacidade para a dispersão ou um revés na sorte ou saúde.

O Universo. Tarot de Thoth
Crowley chama a esta carta O Universo em vez de O Mundo e que sendo colocada no final da viagem dos Arcanos Maiores, é o complemento de O Louco. A letra Tau é a correspondente que junto de O Louco forma a palavra Essência. Enquanto que a primeira era o início, o nada; esta é o fim, o tudo. A letra Tau significa cruz, ou seja, a extensão.
A letra Tau está associada ao planeta Saturno que é o mais lento dos planetas. Em função desta imobilidade, associa-se o elemento Terra a esta carta.
Tal como a carta de O Louco é representada por um elemento masculino, esta é representado por um elemento feminino numa pose de êxtase, numa dança. A filha é colocada no trono da Mãe.
Nas suas mãos ela domina a irradiante força espiral, a activa e passiva, um sucedâneo da Grande Obra cumprida que é celebrada.
Nos quatro cantos estão os 4 Kerubim mostrando o estabelecimento do Universo.
Em redor da figura está uma elipse com 74 círculos para os quinários zodíacais.
Na parte de baixo da carta está representado o plano estrutural da casa da matéria mostrando os então 92 elementos químicos conhecidos em posição hierárquica.
No centro ao fundo uma roda de luz inicia a forma da Árvore da Vida.
A cor geral da carta indica a confusão e escuridão do mundo material.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

XX - O Julgamento

Um anjo aparece na parte superior da carta a tocar uma trombeta. Está rodeado por nuvens. As nuvens são de cor azul. Delas saem vinte raios de cor amarela e vermelha.
Do que se vê do anjo, ele veste um corpete branco, uma veste de cor azul. A trombeta que ele segura é amarela e tem uma bandeira a meio que é uma cruz.
Dos raios saem 12 chamas de várias cores que se espalham por toda a terra. É o símbolo da redenção estendido a todos.
A paisagem ao fundo é de cores variadas, aparecendo também prados verdes. É a renovação da vida. A terra não é nunca amarela, mesmo estando em repouso, ela tem vida e produz vida. Não está parada.
O Anjo toca para três personagens que aparecem na parte inferior da carta. Os três estão despidos e parecem estar em postura de oração.
A personagem que se encontra ao centro está de costas parecendo sair de um túmulo. A cor da sua pele é azul, tal como a cor das nuvens. É a sublimação do corpo para a eternidade. O estabelecimento das coisas que ficam eternas. O seu cabelo está em forma de tonsura, símbolo de um compromisso com a divindade.
Da parte de fora do túmulo estão os outros dois personagens: um homem e uma mulher virados a três quartos para nós. Um deles olha o Anjo, o símbolo da divindade; ela olha o ser renascido. Eles são o princípio masculino e feminino, as duas facetas do ser humano que se unem para produzir o filho, o ser renascido.

O Julgamento. Gilded Tarot.
Em termos mentais esta é das cartas mais poderosas. Indica uma pessoa com tendência de superioridade ou que busca a superioridade. Indica uma revisão da consciência. A avaliação dos rumos da existência, o que verdadeiramente se pode tirar da viagem longa que começou com O Louco e está mesmo a terminar. Indica uma força em termos de ocultismo e de adivinhação. Indica que a pessoa em causa despertou para o seu verdadeiro sentido. O Julgamento indica que a pessoa presta contas do que aprendeu e assuntos do passado são actualizados para que ele possa seguir.
No campo emotivo a carta indica que a pessoa largou os sentimentos e apenas é movida pela devoção que tem aos seus princípios superiores. O exame de consciência é outro dos pontos que a pessoa em causa pode ter de realizar para poder saber em que linhas seguir o caminho. Este exame pode indicar uma maior fragilidade, mas que é apenas um teste para a concretização.
Pelo campo físico a pessoa tem todas as suas situações encaminhadas, não precisando de se preocupar no momento com elas porque a seu tempo darão frutos. Em termos de novos investimentos pode ser um ponto para pensar onde usar o dinheiro que se tem, mas não será o melhor momento para o aplicar. O importante é julgar as possibilidades na mão para se poder ter terreno seguro para situações futuras. Pela saúde não há que ter preocupações pois existe uma enchente de energia a fluir que pode ser captada para limpar as más energias do corpo. É também uma carta que sugere um reforço da limpeza do organismo em termos de toxinas.
Caso a carta esteja virada, o desafio é bem grande. As opções que se tomam podem estar sujeitas a um juízo errado e que como consequência ter-se-ão trabalhos maiores de futuro. Indica que a pessoa fez um juízo errado de si mesma e sofre as consequências de tal. Isto pode ser uma depressão no caso de a pessoa se depreciar, ou um ruir da fortaleza que se achava. A carta pode também indicar que a nível espiritual a pessoa pode passar por um momento de dúvida, pode indicar que a pessoa se veja demasiado envolvida pela sua inteligência a ponto de não dar azo ao intuitivo e, por esse motivo, se sobrestimar.

O Aeon. Tarot de Crowley.
Crowley afasta-se da carta tradicional e designa esta carta por Aeon. A carta representa a chegada do Novo Aeon.
Ao fundo da carta aparece Nuit que representa as possibilidades infinitas. O seu companheiro é Hadit como omnipresente e que é a única representação possível de realidade em termos filosóficos. Ele é representado por um globo de fogo como sendo a energia eterna. É alado como forma de demonstração de poder. Do casamento vem Hórus que aparece no centro do círculo de Nuit. Ele tem também um globo de energia eterna.
Na parte inferior da carta vê-se a letra Shin que representa esta carta. A letra lembra uma concheia tripla na qual estão três fetos. Estes três humanos participam do aparecimento do Novo Aeon e nascem para uma nova vida.
Por trás da letra aparece um símbolo do Signo Balança, que indica que o aparecimento deste Novo Aeon vem no seguimento do anterior e não como geração espontânea.
Toda a carta está envolvida com a ideia de útero, de nascimento, de nova vida. A própria imagem de Nuit lembra o endotélio de um útero e os três Yods onde estão os fetos lembram as placentas e os cordões umbilicais que as ligam à realidade divina mas que ainda estão num estádio primitivo.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

XIX - O Sol

Um disco solar humanizado aparece no cimo da carta. O rosto é visto de frente com uma expressão serena. À sua volta 75 raios. Destes, 16 são maiores em cor azul, amarela e vermelha. Metade deles são ondulados e a outra metade triangulares. Os restantes raios são simples raios negros.
Abaixo do sol 13 gotas que parecem provir do astro. As cores variam consoante as edições. Do Sol emana a vida, a luz verdadeira. Os fotões de luz que desencadeiam as reações químicas. A inspiração.
No plano de baixo existem dois meninos de pé diante de um muro de tijolos de três cores. Os meninos vestem apenas um pano de cor verde ou azul. Eles parecem gémeos. O da direita apoia a mão direita na nuca do outro. O da esquerda apoia a mão esquerda no plexo solar do outro.
O chão aparece árido. Apenas com duas pedras semelhantes às que apareciam em A Torre.
A carta indica o  que se vê com clareza. A razão que atinge o seu ponto alto e entra ao serviço do ser. O sentimento que convive com a razão e ambos estão conciliados e caminham lado a lado.
Eles representam também a constelação de Gémeos, aquela que no Hemisfério Norte termina com o solestício do Verão, o ponto que começa o Verão e que indica o apogeu deste mesmo astro. A carta indica uma iluminação. Uma iluminação que está a poucos passos de gerar o seu fruto.
A carta presente é o resultado de se terem abandonado os medos últimos e de se seguir com determinação. Mas o caminho ainda não terminou e o Sol mesmo trazendo algum conforto, que não ofusque. É preciso trilhar o que ainda não foi trilhado.

O Sol. Tarot de Rider Waite.
A nível mental a carta indica capacidades artísticas. Indica clarividência e espírito bastante lúcido para poder lançar-se nos seus projetos. Os projetos com base num sentido elevado deve ser lançados à prática. A carta indica também uma popularidade harmoniosa que é fundamental para as atividades a desempenhar.
A nível emocional tem-se o grande nascimento dos verdadeiros sentimentos. Um completo nascimento de todas as suas potencialidades. Um espírito cavalheiresco, altruísmo. O sentimento é virado para os outros mais que para o seu.
Em termos físicos, esta é uma carta de triunfo. Uma carta de domínio das energias e, portanto, de colher os seus frutos. É o sentido de se ter estado a fazer todas as restrições quando era necessário e se lançar agora em possibilidades maiores que antes se imaginava. A nível de saúde indica uma boa saúde em termos gerais e grande equilíbrio de energias.
Quando a carta se encontra virada, é das que maior energia têm de negativo. Toda a luz é convertida em escuridão e em vez de se caminhar em terreno sólido, caminha-se às escuras no meio do nada. Apenas se atira o barro à parede que não se vê. A carta pode indicar a situação negativa completamente oposta: ofuscamento, deslumbramento, vaidade. Todas as características de se estar a olhar muito tempo para o sol. Em termos artísticos a carta pode indicar um artista que não é compreendido, ou que mascara completamente tudo o que faz. Também indica todos os artifícios que uma pessoa faz para ocultar a sua miséria: encher-se de adereços que parecem requintados.

O Sol. Tarot de Crowley.
Crowley diz que esta carta representa o sol como uma divisa de rosa no cimo de um monte verde. Representa o Senhor do Novo Aeon na sua manifestação mais simples como sol espiritual, moral e físico. A rosa indica o florescimento da influência solar.
O astro percorre todas as constelações do Zodíaco num ano, as mesmas constelações estão à volta da carta. Este círculo de constelações é também a representação de Nuit, a Grande Senhora do Espaço Infinito.
O monte verde representa a terra fértil com o potencial de ascender aos céus. No topo do monte existe uma muralha que indica que para a vinda do novo Aeon é necessário o controlo total.
As crianças gémeas que aparecem representam o masculino e o feminino, eternamente jovens, despudorados e inocentes. Eles dançam na luz e habitam na terra. Representam o estado emancipado a ser atingido pela humanidade. A restrição de ideias como pecado e morte foi abolida. Aos seus pés estão os mais sagrados símbolos do velho Aeon: a combinação da rosa e cruz da qual eles brotam. A carta representa a ampliação da ideia da rosacruz.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

XVIII - A Lua

Uma lua aparece no cimo da carta com um halo de raios vermelhos e amarelos. A lua tanto aparece cheia ou em quarto crescente. Aparece um rosto humano desenhado na lua.
Existem 19 gotas dispostas em duas fiadas. As cores das gotas variam consoante a edição das cartas. As gotas parecem ser atraídas para a lua e não estão a cair como a chuva. Na carta que se segue, o Sol, aparecem gotas na direcção inversa. Existe um magnetismo para a pessoa. A capacidade intuitiva a dar os  seus frutos.
Abaixo da lua dois animais estão a lamber as gotas que se dirigem para o astro. Os animais são identificados como um lobo e um cão. Duas versões de um mesmo animal: a selvagem e a doméstica. Ambas associadas a um sexto sentido e à proteção. A proteção dos mais próximos e a proteção das forças da natureza. Os dois animais são também vistos como os guardiões das portas do céu e do inferno. Esta carta está muito associada à magia pratica, mais que religiosa.
Duas torres parecem delimitar o espaço onde toda a cena decorre, as torres afastam todas as pessoas estranhas ao meio. Apenas os iniciados podem usar o poder do novo renascimento.
Na paisagem vê-se um terreno verde e uma parte ainda por cultivar, a gerar os seus frutos. Nas diferentes edições da carta aparecem em número variável. Algumas gotas aparecem também no chão. A influência da Natureza na personalidade volúvel da pessoa.
Na parte frontal da carta uma piscina que no seu interior tem um lagostim ou um caranguejo. As aparências e ilusões que eram percebidas em A Sacerdotiza são agora descobertas. O caraqnguejo sempre foi associado aos rituais da lua pelo seu movimento retrógrado, tal como é observado tradicionalmente.
Nalgumas edições de tarot, a carta não aparece com uma piscina, mas com um curso de água. O símbolo do parto que se está a dar. A gravidez. O estar-se envolvido em água, pela água toda a vida começa.

A Lua. Tarot de Visconti.
No plano mental, devem ver-se todos os projectos de modo superficial e com uma grande cautela para não ocorrerem erros de análise ou de ser proposto o projeto baseado em fantasias e sonhos do que possa acontecer. Em termos de trabalho a carta avisa das possibilidades de erro que se tem. Mesmo com toda a experiência adquirida, ainda não se deixou de ser humano e de poder cometer erros. O Louco não terminou ainda a sua viagem. A grande capacidade sensitiva faz da pessoa regida pela carta sensível ao efeito das outras pessoas, por isso é normal que ver a verdade seja complicado. Para a cabeça da pessoa as pessoas falam verdade ou estão sempre a mentir. De todo o modo não admite o seu próprio erro.
A nível emocional existe uma confusão. O facto de se mergulhar completamente na ilusão faz que não se consiga sair de um sentimento passional quase cego. Existe também a vontade de se querer uma relação amorosa que não passa apenas de um desejo quimérico. Nada terá de profundo. Depois de toda a viagem, nesta carta existe o cansaço de se ver profundamente. Falta aprender a ver as coisas com a supeerficialidade necessária. Mas que apenas é aprendida em O Sol. A aprendizagem aqui é feita pela dor. É preciso ver o que ela ensina e isso não é fácil.
Em termos terrenos, a dizer que existem segredos e coisas ocultas da pessoa em causa e que não domina. Se a pessoa em causa está envolvida em esquemas ou possibilidade de escândalo, essa possibilidade pode passar ao domínio público. Em termos de saúde a carta pode dizer que a pessoa esteja a ter um grande desgaste nervoso e que deve procurar um ambiente mais seco e luminoso para a recuperação.
Caso a carta esteja invertida, o instinto da pessoa em vez de a conduzir a uma boa intuição, torna-se um pântano que não resolve a cabeça da pessoa. Existem possibilidades de a pessoa ser confrontada com visões que lhe distorcem a ideia da realidade, ou de sonhos que são perturbadores. A pessoa em causa pode ser vítima de uma chantagem.

A Lua. Tarot de Thoth.
Para Crowley a carta está associada à letra Qoph que representa Peixes no Zodíaco, é o último estádio do Inverno. Poderia ser chamado de Portal da Ressurreição. A carta representa também a meia-noite.
Na parte inferior da carta aparece um escaravelho, o Kephra egípcio trazendo nas mandíbulas o astro solar que está para germinar depois do inverno ou das trevas da noite.
Acima da água existe uma paisagem assustadora. Vê-se um caminho entre dois montes com manchas de sangue em forma de yod caídas da lua que aparece em cima de toda a paisagem.
A lua ocupa o vínculo entre o humano e o divino, como é também dito no Arcano II. Esta é a lua minguante, a lua em que são feitos os rituais de magia para os feitos abomináveis. "Ela é a escuridão envenenada que é a condição do renascimento da luz."
Acima das colinas estão duas torres negras. São as torres do mistério inominado, do horror e do medo. Tudo se liga para obscurecer o olhar humano e o fazer temer continuar o seu caminho. É necessário uma coragem tamanha para continuar. Aqui reside a viagem enganosa em que o fogo perde a sua capacidade de iluminar. A lua não tem ar, por isso o viajante perde os dois sentidos maiores: a visão e a audição. Ele tem de se guiar pelo tato, pelo olfato e pelo paladar.
Deve-se procurar a ajuda do deus Anúbis, o deus-chacal de Khem, o vigilante do crepúsculo. Ele aparece dobrado em duas figuras diante do portal. Aos seus pés estão as feras uivantes que devoram aqueles que ignoraram a sua figura ou que ignoraram o seu nome.
A carta representa a noite escura da alma que é muitas vezes referida por vários ocultistas onde se termina a dizer: "Quão esplêndida é a aventura!"